sexta-feira, 21 de março de 2008

A poeira


No abismo escuro e vil
da negra nuvem deste mundo,
andamos sonâmbulos e sem nada vermos.
No buraco fundo e triste
cairemos um a um,
sem perdão, sem piedade
sem excepção.
De que valem as palavras ocas e em vão
proferidas por ti e por mim
se tudo já quase é poeira?
De que valem as acções incertas e incorrectas
feitas por ti e por mim
se já tudo está destinado?
Andamos redundando o mundo
com frases fúteis, frases a mais...
Andamos a infligir tortura,
sofrimento, sem ter dó.
E por aí andamos, às voltas...
com pena de nós próprios,
com pena de tudo ser mundo.


Su

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