Este blog não pretende aqui ser nenhuma obra literária de grande porte mas sim um desabafo ou um grito do nosso dia a dia.Para mim e para todos os que se transparecem ao escrever na sua forma mais elementar e mais simples,de sentimento puro. Namasté a todos!
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Dias apagados
Se fosse possível num segundo,
apagar todos os dias apagados?
Tudo o que carregava,
tudo o que tinha,
toda a confiança no amor
todo o calor
se tornaram velhos demais...
Tudo é falso.
Se fosse possível, nesse instante
apagar os dias de Outono?
Nada do que sou,
nada do que sonho,
nada do que acredito,
se tornou num olhar vazio...
Tudo é frio.
Tudo é frio
como os primeiros dias de Outono.
Su
Até ti
Por um momento,
fecho os olhos
tu regressas...
Todos os pensamentos voam até ti.
Quando os volto a abrir
por um momento,
todos os meus sonhos
acordam
e nos meus olhos
tu passas
sem me ver.
Su
sábado, 28 de julho de 2012
quinta-feira, 26 de julho de 2012
António Aleixo
António Fernandes Aleixo
Nasceu a 18 Fev 1889 (Aquário- 123 anos) Vila Real Sto António
Morreu a 16 Nov 1949 Loulé com tuberculose (60 anos)
Obras:
- Quando começou a cantar – (1943);
- Intencionais – (1945);
- Auto da vida e da morte – (1948);
- Auto do curandeiro – (1949);
- Auto do Ti Jaquim - incompleto (1969);
- Este livro que vos deixo – (1969) - reunião de toda a obra do poeta;
- Inéditos – (1979); tendo sido, estes quatro últimos, publicados postumamente.
Nasceu no emaranhado de uma vida de canseiras , pobreza e dizem que era um homem muito simples.
Foi contador e contador por feiras e mercados, cauteleiro, tecelão, guarda de polícia e também esteve emigrado em França.
Apesar de ser um homem quase iletrado, havia o perfil de uma personalidade rica, vincada e conhecedora das diversas realidades da cultura e sociedade do seu tempo.
A sua conhecida obra poética é uma parte mínima de um vasto repertório literário. Estudiosos do poeta conjugam esforços no sentido de reunir, no mais curto espaço de tempo, o seu espólio, que ainda se encontra fragmentado por vários pontos do Algarve, algum dele já localizado. Sabe-se também que vários cadernos seus foram cremados como meio de defesa contra o vírus infeccioso da doença que o vitimou, sem dúvida, um «sacrifício» impensado, levado a cabo no holocausto do medo. Foi esta uma perda irreparável de um património insubstituível no vasto mundo da literatura portuguesa.
O 25 de Abril lançou o poeta Aleixo para a ribalta. As suas tiradas e os seus poemas começaram a ser vistos com outra atenção. «Ele era, na realidade, um homem de liberdade ...», afirma Joaquim de Magalhães.
Para que o homem, o poeta e a sua obra não se desvaneçam da memória, têm-se feito esforços nesse sentido. Assim, existe no parque da cidade de Loulé um monumento a Aleixo, do qual foi feita uma réplica e colocada frente ao «Café Calcinha», no coração da cidade, local que foi para o poeta encontro, inspiração, vida, trabalho e alguma inquietação.
Ainda bem!
Porque o povo diz verdades,
Tremem de medo os tiranos,
Pressentindo a derrocada
Da grande prisão sem grades
Onde há já milhares de anos
A razão vive enjaulada.
Vem perto o fim do capricho
Dessa nobreza postiça,
Irmã gémea da preguiça,
Mais asquerosa que o lixo.
Já o escravo se convence
A lutar por sua prol
Já sabe que lhe pertence
No mundo um lugar ao sol.
Do céu não se quer lembrar,
Já não se deixa roubar,
Por medo ao tal satanás,
Já não adora bonecos
Que, se os fazem em canecos,
Nem dão estrume capaz.
Mostra-lhe o saber moderno
Que levou a vida inteira
Preso àquela ratoeira
Que há entre o céu e o inferno.
António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."
Tremem de medo os tiranos,
Pressentindo a derrocada
Da grande prisão sem grades
Onde há já milhares de anos
A razão vive enjaulada.
Vem perto o fim do capricho
Dessa nobreza postiça,
Irmã gémea da preguiça,
Mais asquerosa que o lixo.
Já o escravo se convence
A lutar por sua prol
Já sabe que lhe pertence
No mundo um lugar ao sol.
Do céu não se quer lembrar,
Já não se deixa roubar,
Por medo ao tal satanás,
Já não adora bonecos
Que, se os fazem em canecos,
Nem dão estrume capaz.
Mostra-lhe o saber moderno
Que levou a vida inteira
Preso àquela ratoeira
Que há entre o céu e o inferno.
António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."
If you forget me
Quero que saibas
uma coisa.
Sabes como é:
se olho
a lua de cristal, o ramo vermelho
do lento outono à minha janela,
se toco
junto do lume
a impalpável cinza
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva para ti...
Como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fossem pequenos barcos que navegam
até às tuas ilhas que me esperam.
Mas agora,
se pouco a pouco me deixas de amar
deixarei de te amar pouco a pouco...
Se de súbito
me esqueceres
não me procures,
porque já te terei esquecido...
Se julgas que é vasto e louco
o vento de bandeiras
que passa pela minha vida
e te resolves
a deixar-me na margem
do coração em que tenho raízes,
pensa...
que nesse dia,
a essa hora
levantarei os braços
e as minhas raízes sairão
em busca de outra terra.
Porém
se todos os dias,
a toda a hora,
te sentes destinada a mim
com doçura implacável,
se todos os dias uma flor
uma flor te sobe aos lábios à minha procura,
ai meu amor... ai minha amada...
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada se apaga nem se esquece,
o meu amor alimenta-se do teu amor,
e enquanto viveres estará nos teus braços
sem sair dos meus.
se olho
a lua de cristal, o ramo vermelho
do lento outono à minha janela,
se toco
junto do lume
a impalpável cinza
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva para ti...
Como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fossem pequenos barcos que navegam
até às tuas ilhas que me esperam.
se pouco a pouco me deixas de amar
deixarei de te amar pouco a pouco...
me esqueceres
não me procures,
porque já te terei esquecido...
o vento de bandeiras
que passa pela minha vida
e te resolves
a deixar-me na margem
do coração em que tenho raízes,
pensa...
que nesse dia,
a essa hora
levantarei os braços
e as minhas raízes sairão
em busca de outra terra.
se todos os dias,
a toda a hora,
te sentes destinada a mim
com doçura implacável,
se todos os dias uma flor
uma flor te sobe aos lábios à minha procura,
ai meu amor... ai minha amada...
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada se apaga nem se esquece,
o meu amor alimenta-se do teu amor,
e enquanto viveres estará nos teus braços
sem sair dos meus.
Pablo Neruda, in “Poemas de Amor de Pablo Neruda
Sei que já publiquei em vídeo, mas é tãoooo lindo!
Hermano
"Foi aqui, exactamente aqui..." dizia o meu caro conterrâneo José Hermano Saraiva.
Já há uns tempos que pensava que o seu dia estaria próximo e assim o foi. Faleceu este grande senhor que contava estórias sobre a História de Portugal.
Sempre fui sua admiradora e é com um enorme pesar que lamento a partida deste ilustre e nobre senhor que, agora fará com certeza, parte da nossa grande História.
Boa viagem Hermano!
Já há uns tempos que pensava que o seu dia estaria próximo e assim o foi. Faleceu este grande senhor que contava estórias sobre a História de Portugal.
Sempre fui sua admiradora e é com um enorme pesar que lamento a partida deste ilustre e nobre senhor que, agora fará com certeza, parte da nossa grande História.
Boa viagem Hermano!
quarta-feira, 25 de julho de 2012
domingo, 15 de julho de 2012
domingo, 27 de maio de 2012
Da Marinha a São Pedro
Pinhal de heróicas árvores tão belas,
foi do teu corpo e da tua alma também
que nasceram as nossas caravelas
ansiosas de todo o Além;
foste tu que lhes deste a tua carne em flor
e sobre os mares andaste navegando,
rodeando a Terra e olhando os novos astros,
oh gótico Pinhal navegador,
em naus erguida levando
tua alma em flor na ponta alta dos mastros!…
– Afonso Lopes Vieira, Ilhas de Bruma.
foi do teu corpo e da tua alma também
que nasceram as nossas caravelas
ansiosas de todo o Além;
foste tu que lhes deste a tua carne em flor
e sobre os mares andaste navegando,
rodeando a Terra e olhando os novos astros,
oh gótico Pinhal navegador,
em naus erguida levando
tua alma em flor na ponta alta dos mastros!…
– Afonso Lopes Vieira, Ilhas de Bruma.
terça-feira, 22 de maio de 2012
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Infinity
domingo, 8 de janeiro de 2012
Googlando
O meu olhar...

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)
Ainda procuro...

Ainda procuro em livros antigos e
páginas rasgadas...
esta minha saudade de longe
que me rasga e sangra a alma.
Saudades de Ti, Meu Tudo, Minha Luz...
Ainda Te procuro no horizonte,
nos espelhos das Tuas águas
Tua Fonte, Tua sede eu sinto...
Que sede eu sinto em mim mesma!
Ainda procuro nos olhos das pessoas,
olhos prateados, cristalinos, dourados...
mas só sinto olhares pesados,
frios e cheios de pó...mãos nuas,
mentes ocas, palavras vãs ou mudas.
Olho que Tudo Vê, olha por todos
quantos têm cinzas a transbordar do peito,
consciências cegas de Ti...
Suaviza-lhes a sua essência e o Ser-Te.
Ainda procuro flores nas mãos de alguém,
secura, tal pasto seco em seus corações...
Minha Luz...Minha vida...
e a saudade fica...mais uma vez
assombrando meu coração
na busca Eterna de Eu ser em Ti em Unidade.
Su
Il Mostro
Para quê letras, palavras, frases?
Por vezes são tão desnecessárias que até atrapalham...
Su
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
:)

Hoje,
hoje fica aqui manifestado, registado...
que não mais hei-de criar barreiras,
não mais criar obstáculos, distâncias,
mal entendidos...ao meu GRANDE coração!
Dizer no Agora, não preocupando com dor,
sem saber o Amanhã que não me importa nada,
sem condição social, sem julgamentos,
o quanto eu AMO tudo, o quanto eu AMO alguém,
o quanto eu AMO a vida!
E que sorriso eu sinto na minha alma ao dizer isto!
A todos a quem eu AMO, a todos a quem não o disse,
a todos que pensaram o mesmo,a todos
que com certeza amarei, pois a vida é tão bela!!!
EU VOS AMO!
AGORA!!!
Chá

O cheiro da madeira,
o cheiro da brisa do mar,
o cheiro do meu chá maçã canela.
Quadros distorcidos,
viajando neles...
Discutindo na minha mente
e coração por uma explicação lógica,
acertada, baseada em quê??
Ritmo do coração, abertura do coração
abrindo, expandindo, inflamando...
Mais um gole no meu chá quente.
Nas pinturas eu choro,
nas pinturas eu viajo
e a maçã canela aquece-me o corpo,
que maravilhosa sensação.
Que maravilhoso este ser e estar...
de um momento apenas.
Su
Empty

Viajo no caminho
para te ver de noite
um vislumbre, um glance...
serão teus olhos
tão vazios como os meus?
Viajo num caminho árido, deserto...
Serão tuas mãos secas como as minhas?
Serão teus passos silenciosos,
em caminhos de folhas secas
pelo final do dia, comos os meus?
Serás tu?
Olhos vazios, mãos secas
cheias de nada e em silêncio
como eu...
"Dead eyes, are you just like me,
cause her eyes were as vacant as the seas..."
Su
Fonte

Imcompreendem-me a alma,
não falam a mesma língua que eu...
Mundo, que escolhes?
O mundo não mais me serve...
Estrelas de longe sentem-me a saudade.
Galáxias distantes onde eu nasci,
relembrando-me do meu ser,
da minha essência.
Pai, fundo-me a ti...
Pai, absorve-me em ti...
Tua luz me queima e me faz Ser...
Eu Sou aquilo que Tu És...
Eu Sou quem Sou, tua essência
fonte da Tua Fonte,
A Fonte que TUDO É...
Su
Barcos

Abre a minha janela.
Diz-me o que vês...
Barcos, azul e sol...
Farol, mar e ondas ribombantes.
Brisa suave pelos contornos,
contornando as rugas da alma.
Rugas cheias de vida,
de experiências marcantes.
Um grito no meio da areia,
um aceno ao fundo de ti.
Como me posso sentir mais e mais?
É impossível sentir menos...
Su
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